O BULLYING NA ESCOLA

28-11-2010 15:45

«O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer». Albert Einstein

Não podíamos ficar indiferentes às notícias que vão surgindo nos meios de comunicação social sobre casos de bullying nas escolas. Esta é uma realidade cada vez mais presente nas nossas escolas. Pior do que os casos de bullying relatados, são aqueles que são camuflados ou que passam indiferentes aos olhos dos espectadores. Ultimamente não tem sido objecto das notícias, acreditamos que infelizmente, não porque tenham desaparecido, mas porque na nossa realidade actual os media consideram outras notícias mais prementes. O nosso papel é despertar consciências, não permitindo que esta situação caia no esquecimento, tornando-nos cegos a um pequeno sinal.

Bullying é um termo em inglês utilizado para descrever actos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully - «tiranete» ou «valentão») ou grupo de indivíduos com o objectivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de bullying pela turma.

A escola é um dos contextos em que o bullying mais se faz sentir uma vez que se encontram num mesmo espaço muitas crianças e que se torna difícil para os adultos vigiarem todos os comportamentos e intervirem atempadamente. Num estudo recente, a Margarida Gaspar de Matos e colaboradores apuraram que 57,5% dos alunos entre os 11 e os 16 anos estão envolvidos em comportamentos provocatórios. O bullying, ocorre como qualquer outra forma de assédio ou maltrato. É perpetrado, habitualmente, por crianças que têm, por qualquer motivo, mais força ou poder do que a vítima; o agressor acusa a vítima de ser responsável pelo abuso e maltrato a que foi sujeita. A vítima muitas vezes sente-se verdadeiramente responsável pelo que aconteceu, a culpa é dela, por ser feia, gorda, fraca …

A vítima de bullying pode sofrer este tipo de maltrato durante muito tempo sem que ninguém perceba o que se está a passar. O agressor exerce uma enorme pressão, incutindo medo e ameaçando retaliar para que a vitima se mantenha em silêncio. Muitas vezes, os pais e os professores só notam que se está a passar alguma coisa grave quando observam os efeitos dos danos desta pressão, que se manifestam sob a forma de fobia à escola, baixo rendimento escolar, depressão e doenças psicossomáticas.

Sinais de alerta:

Ø alterações no humor do seu filho/amigo/aluno (ira intensa, ataques de fúria, irritabilidade extrema…);

Ø abatimento físico e psicológico;

Ø auto-agressão;

Ø sem paciência para nada;

Ø mais alheado da família/amigos/escola do que de costume;

Ø mais introspectivo;

Ø com piores resultados na escola;

Ø com queixas físicas permanentes (dor de cabeça, de estômago, fadiga);

Ø inquietude física / inércia…

Se bem que muitos destes sintomas possam ser confundidos com a adolescência, é necessária uma atenção redobrada…

Detectando alguns destes sinais, não feche os olhos, fale, procure ajuda com os pais, professores, amigos e técnicos especializados!

Seja um bom cidadão! Denuncie! Não é vergonha denunciar… vergonha é calar!

Paula Nogueira e Filomena Claro

Para mais informações, consulte os seguintes sites:

https://www.portalbullying.com.pt

https://www.violencia.online.pt/
https://www.dgsaude.pt
https://www.bullyonline.org/
https://www.childline.org.uk/Bullying.asp
https://www.stopbullyingnow.com/
https://www.apav.pt/
http:/www.psicologia.org.br/internacional/pscl184.htm (Margarida Gaspar de Matos)